Os ventos do desenvolvimento estão soprando por estas terras. Na última década, Sant’Ana do Livramento vem diversificando sua matriz produtiva e recebendo investimentos em novas culturas. Como é o caso das oliveiras que chegaram para ficar. Pensando nisso, vários empresários estão investindo em novas possibilidades de valorizar os produtos da terra.
E o exemplo mais recente deste novo tempo que a fronteira está vivendo vem da criação da Casa Albornoz. Aos pés do Cerro de Palomas, o empreendimento tem como principal objetivo se tornar mais um atrativo turístico de nossa região, além de colocar no mercado novos produtos, entre eles o azeite Casa Albornoz que é a nova marca no mercado da olivicultura brasileira.
Confira a entrevista com a empresária Virgínia Albornoz, uma das sócias do empreendimento.
A Plateia – Como surgiu a ideia de criar a Casa Albornoz e como ela irá funcionar?
Em 2013 decidimos mudar o negócio da família que até então era pecuária, arroz e soja. Queríamos investir em um projeto que nos trouxesse realização pessoal, mas, também um bom retorno financeiro, então, optamos pelas oliveiras, para fazermos o azeite de oliva extravirgem, e as nogueiras, para vendermos noz pecan. Nosso lagar, que teve sua obra concluída em novembro de 2018, contará com uma loja própria onde serão comercializados todos os produtos da Casa Albornoz. Nosso portfólio de produtos contempla três rótulos de azeite de oliva, o “Casinha” para crianças, o “Da Casa” bastante equilibrado e o “Reserva” que é mais complexo. Vamos ter também mel, noz pecan, além de alguns produtos personalizados da Casa Albornoz.
A Plateia – Quais os produtos e serviços que a empresa estará oferecendo à comunidade fronteiriça e para os turistas?
Vamos oferecer quatro cursos de “Análise Sensorial de Azeite de Oliva” durante o ano e três outros eventos em datas comemorativas, o “Dia das Mães”, “Dia dos Pais” e “Dia das Crianças”. Para nós a base de tudo é a família, por isso, a escolha dessas datas. Queremos oferecer momentos especiais com boa gastronomia para nossos clientes em datas que têm um grande significado para a nossa empresa.
Somos muito receptivas àideia de receber turistas que tenham interesse em visitar a nossa região e conhecer tudo o que Livramento tem a oferecer, a cada dia a cidade torna-se um ponto turístico mais atrativo e queremos contribuir para esse desenvolvimento. Temos acompanhado este movimento na nossa região e estamos atentas para criarmos cada vez mais oportunidades tão logo seja possível.
A Plateia – Quando foi o início da plantação de oliveiras e atualmente qual a área plantada no município? Quais os tipos de azeitonas cultivadas na propriedade e a qualidade do azeite produzido pela Casa Albornoz?
Iniciamos o plantio, em 2013, das nogueiras totalizando uma área de 100 hectares e, em 2014, plantamos as oliveiras que totalizam hoje 120 hectares onde temos as variedades arbequina, koroneiki, coratina e arbosana.
O azeite que produzimos tem as seguintes características: acidez em ácido oleico de 0,12 e um índice de peróxidos de 4,00, ou seja, é um azeite extravirgem de qualidade superior.
A Plateia – Em sua opinião, Santana do Livramento está se tornando um importante polo de produção de azeite de oliva no país, de que forma a Casa Albornoz irá contribuir para o turismo na região?
A Região está cada vez mais em evidência, aparecendo no mapa do Brasil em virtude da produção de seus azeites. Com certeza teremos mais produtores encantados com esse produto milenar pois a olivicultura é apaixonante. Vejam o Vale dos Vinhedos, eles são um belo exemplo por terem se tornado uma referência em vinhos. Seria muito bom se pudéssemos fazer algo semelhante aqui.
A Plateia –Nos últimos anos, o investimento privado na implantação de olivais e viveiros e na instalação de fábricas de azeite no Rio Grande do Sul passou dos R$ 100 milhões, gerando mais de mil empregos na metade Sul. Qual a estimativa de produção para a safra deste ano para a Casa Albornoz?Colhemos 7.400 kg de olivas este ano.
Matias Moura – [email protected]