qui, 17 de abril de 2025

Variedades Digital | 12 e 13.04.25

Aposentadoria Rural na Reforma da Previdência: como fica?

O texto que está em tramitação no Congresso prevê profundas mudanças para os trabalhadores rurais

O texto que está em tramitação no Congresso prevê profundas mudanças para os trabalhadores rurais.
A reforma da Previdência Social em 2019 é um dos temas mais discutidos na atualidade. E isso é normal, afinal, as mudanças vão afetar diversas classes de trabalhadores. Entre as alterações previstas para acontecer, talvez a do trabalhador rural é a que mais dificultará o acesso aos benefícios do INSS.
O presidente Jair Bolsonaro entregou ao Congresso, ainda em fevereiro, a proposta do governo para a reforma da Previdência. O texto propõe idade mínima de 60 anos para os trabalhadores rurais –homens e mulheres – poderem se aposentar. Todos deverão contribuir por, pelo menos, 20 anos. A regra atual é de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens, com contribuição mínima de 15 anos. A proposta de reforma estabelece também que esses trabalhadores precisarão contribuir com pelo menos R$ 600 anuais por grupo familiar.
Os aposentados rurais representam 32% dos benefícios e respondem por 58% do déficit do RGPS (Regime Próprio de Previdência Social).

Realidade do Trabalhador Rural

Em baixo de um forte sol, em uma manhã de março, ia estrada afora um gaúcho bem pilchado, de chapéu de abas largas e uma pequena mala nas costas. Uma cena bastante comum no interior do município onde o transporte é bastante escasso e muitas vezes os moradores precisam percorrer largas distâncias a pé ou a cavalo. Na estrada que vai em direção aos Cerros Verdes e São Diogo, seguia seu destino, o gaúcho DerliCapileira Brandão, 57 anos de idade, pequeno produtor e trabalhador rural que voltava para a campanha depois de vir para a cidade fazer a entrega do talão de produtor rural no setor de ICMS da Prefeitura Municipal.
A reportagem do Jornal A Plateia estava em deslocamento para uma pauta na Fazenda Lolita, da Brigada Militar,resolveu dar uma carona para seu Derli e conversar sobre as dificuldades do trabalho rural, visto que o assunto está em pauta neste momento com o projeto da reforma da previdência que prevê várias mudanças na aposentadoria rural.
Seu Derli disse que começou a trabalhar desde muito cedo e que aos 14 anos de idade teve a carteira assinada pela primeira vez.De lá para cá foram 37 anos de contribuição, vindo a se aposentar com um salário mínimo aos 54 anos. “Minha vida toda foi trabalhando em campanha, desde os meus 7 anos quando apreendi a andar a cavalo. Ajudava muito em casa primeiro e aos 14 anos fui trabalhar em uma estância bastante grande onde meu pai trabalhava. Ele saiu e deu o lugar pra mim pois ele já se sentia bastante velho. Só que o serviço dele era de cerca e eu entrei de campeiro. Trabalhei como sota-capataz ou ponteiro como chamavam antigamente, e depois virei capataz por 14 anos. Acabei fechando na Estância Santa Zoé 28 anos de serviços. Hoje são 37 anos de carteira assinada” disse ele.
Para seu Derli embora hoje o trabalho rural seja bastante puxado, não se compara há 20, 30 anos atrás, quando, segundo ele,era bem mais pesado por conta das horas trabalhadas. “Antigamente, por exemplo, um serviço de cerca começava bem antes de clarear o dia, e o pessoal de hoje, não. O empregado de cerca, por exemplo, não cobra mais por dia e sim por hora. Então é bem mais fácil de trabalhar hoje do que antes. Hoje eu tenho um campo onde sou pequeno produtor e trabalho de “changa” em algumas estâncias aqui da região, mas vou dormir em casa todas as noites”.
Questionado sobre a sua opinião em relação à reforma da previdência, seu Deli disse que vai ficar mais difícil para o trabalhador rural se aposentar. “Vai ficar bastante difícil para o pessoal daqui para frente. Principalmente, porque nem todos tiveram a sorte que tive de começar a trabalhar as 14 anos já de carteira assinada. Daqui a pouco o cara vai começar a trabalhar mais tarde e vai precisar mais tempo de trabalho” encerrou.

Matias Moura – [email protected]

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