Pelo menos duas profissionais relatam terem recebido ameaças, umas delas declarou que teria sido ameaçada pelo prefeito municipal
A semana foi marcada por turbulência na educação municipal desde a abertura da CPI na Câmara de Vereadores culminando com tumulto na Sala Cultural. Um problema que parece não ter fim. De um lado, profissionais com qualificação buscando uma oportunidade de emprego na sua área; de outro, os pais e alunos que esperam uma definição de quando o ano letivo irá iniciar e, no centro da discussão, a prefeitura municipal.
Em meio ao clima tenso e de incertezas surgiu um grupo de pessoas questionando a idoneidade da lista oficial apresentada pela Secretaria Municipal de Educação fato que culminou em denúncia no Ministério Público e instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) proposta pelos vereadores Carlos Nilo, Aquiles Pires e Marco Monteiro, com o objetivo de investigar o processo seletivo realizado pela Secretaria de Educação do município.
Durante reunião extraordinária, na quarta-feira (6), na Câmara de Vereadores,os parlamentares receberam a oportunidade de se manifestar sobre o tema, convocando inclusive pessoas da comunidade para dar o seu depoimento.
Uma das pessoas que teve a oportunidade de se manifestar na tribuna foi a professora Deisi Charão, que por 10 minutos discursou no plenário, que registrou a presença de um grande público durante a reunião. A professora começou questionando, em primeiro lugar, as mudanças nas listas de aprovados no processo seletivo que foi realizado recentemente para preencher os cargos para as escolas municipais. Deisi afirmou que pessoas com menos qualificação e com um currículo inferior ao seu acabaram entrando na lista, assim como outras pessoas bastante qualificadas e com experiência também não foram aprovadas.
“Depois que eu denunciei, já fui ameaçada de morte duas vezes”
O processo seletivo realizado pela Secretaria de Educação foi por meio de exposição curricular onde cada quesito conta uma determinada quantia de pontos que são somados formando assim a nota final, selecionando os currículos com melhor pontuação. Mas, segundo a professora, não foi o aconteceu, onde algumas pessoas foram aprovadas sem a devida qualificação. Durante a sua fala a professora ainda fez uma denúncia grave onde disse estar sendo ameaçada de morte. “Sempre tive muito liberdade. Nunca tive nenhum problema com isso. Mas agora, depois que eu denunciei essa situação já recebi duas ameaças de morte, na rua enquanto caminhava um homem chegou até mim e perguntou: – Tu não tem medo de morrer? Já registrei ocorrência sobre esse caso na DPPA. Tenho provas de tudo o que eu falei. Inclusive outras pessoas já viram um carro me seguindo”. Desabafou a professora que disse não ter medo de morrer, pois confia no trabalho da polícia.
“Fomos ameaçadas pelo próprio prefeito”
A supervisão deste trabalho deve ser feita pelo Conselho Municipal de Educação, pela Unidade de Controle Interno, Procuradoria Jurídica Municipal e Comissão da Educação e Saúde da Câmara Municipal, conforme o documento publicado pelo Executivo.

(Foto: Matias Moura)


Rodrigo Evaldt – [email protected]