Nesta semana o anúncio de que uma pessoa estaria com suspeita do primeiro caso de febre Chikungunya no município assustou a população. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, conhecido popularmente como mosquito da dengue. Que a cidade está infestada com este inseto já é de conhecimento de todos, sendo inclusive tema de reportagem especial do Jornal A Plateia e TV A Plateia nas últimas semanas.
Segundo dados da vigilância ambiental já foram catalogados mais de 100 focos em diversos bairros do município o que coloca as autoridades e principalmente a população em alerta máximo quanto a eliminação de possíveis criadouros dess inseto que busca água parada e limpa para a procriação. Cada fêmea do mosquito aedes aegypti é capaz de colocar de 200 a 400 ovos que se transformam em larvas em pouco tempo e em alguns dias o temido mosquito já está na fase adulta. Ele possui um ciclo de vida de aproximadamente 45 dias e sua principal fonte de alimentação é o sangue, motivo esse que faz o mosquito ser tão temido pois é assim que ele estando infectado acaba passando o vírus para as pessoas.
Pessoa com suspeita de ter contraído febre Chikungunya
Febre Chikungunya é uma doença parecida com a dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo de transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Porém, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.
Nesta semana o primeiro caso de suspeita da doença no município foi relatado pela chefe da vigilância ambiental a reportagem do Grupo A Plateia. Segundo Carmem Motta, a pessoa seria uma moradora do bairro industrial e confirmação desse possível caso vem nos próximos dias, quando o laboratório do Governo do Estado divulgará o resultado das amostras enviadas. “Nesta semana nós fizemos um teste rápido, que deu negativo, mas a confirmação vem do laboratório nos próximos dias”, destacou Carmem.
“Nós estamos aguardos pelos exames”
A reportagem do Jornal A Plateia conversou com exclusividade com o casal que está sobre, mas por questões de preservação a família não iremos divulgar seus nomes. O marido que é trabalhador da saúde, comentou que sua esposa começou a apresentar uma forte febre de 39 graus e dores por todo o corpo e assim que ele percebeu, sua mulher foi levada rapidamente para um hospital do município onde ela chegou a ficar internada. Alguns exames foram realizados e nada foi constatado inicialmente mas a febre e as dores não sessaram. Foi pedido então um exame especifico realizado por um laboratório da cidade e neste exame o resultado teria sido positivo para febre Chikungunya, posteriormente não satisfeito com o resultado o marido pediu mais dois exames de contraprova que deram negativo.
Após realizar todos os exames e ser medicada a mulher foi liberada e está em casa. Ela passa bem e não sente mais dores no corpo.
Agora todos estão no aguardo do resultado do laboratório de fronteira que foi encaminhado pela vigilância ambiental.
Pulverização e barreira na área “possivelmente” contaminada
Sobe para 17 o número de casos de dengue no RS em 2019
Subiu para 17 o número de casos de dengue confirmados em 2019 no Rio Grande do Sul. O boletim do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), divulgado nesta quinta-feira (21), traz cinco novos casos – todos contraídos fora do Estado.
Do total de casos registrados, quatro são autóctones, ou seja, contraídos em território gaúcho – o que não ocorria desde dezembro de 2017. As contaminações ocorreram em Erval Seco e Marau, no Norte, e em Panambi e Cândido Godói, no Noroeste. Estado tem 321 municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Infestação do mosquito Aedes Aegyptipreocupa profissionais e poder público
O tema já está sendo discutido entre os dois Poderes e com os membros da Vigilância em Saúde do Município. Profissionais externos estão se agregando para colaborar no combate
Após, no início da semana, Sant’Ana do Livramento já ter a primeira suspeita de Chikungunya, o tema entrou na pauta de discussão nas rodas de conversa e no Poder Público da cidade. A doença parecida com a dengue, tem a sua transmissão pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Desde a semana passada o alerta da vigilância em saúde já havia sido realizado, a cidade está infestada pelo pernilongo. “É importante que cada um cuide do seu espaço, pois é difícil controlar uma cidade inteira com os agentes, pois são 43 mil imóveis”, disse Carmem Motta, coordenadora da Vigilância em Saúde.
A confirmação desse possível caso vem nos próximos dias, quando o laboratório do Governo do Estado divulgará o resultado das amostras enviadas. “Nessa foi feito um teste rápido, que deu negativo, mas a confirmação vem do laboratório nos próximos dias”, afirmou Carmem destacando que é necessário aguardar o relatório final.
O tema já está sendo debatido também junto com a população santanense. Nessa semana, durante o programa Boa Tarde Cidade, na RCC FM, o biólogo Márcio Rodrigues e o vereador Marco Monteiro (REDE), discutiram sobre o tema. Monteiro aprovou, recentemente, na Câmara de Vereadores, um anteprojeto de lei que que implementa a possibilidade da Prefeitura de Livramento limpar os terrenos baldios do Município.
A ideia, segundo o anteprojeto, seria que o Executivo cobrasse pelo serviço, após uma reclamação por escrito de qualquer contribuinte junto a Secretaria de Serviços Urbanos, fazendo com que os contribuintes mantenham os terrenos limpos e, se não o fizerem, que peguem pelo serviço. “O importante é que as pessoas tenham conscientização de realizar essa limpeza, afim de que o Poder Público não possa fazer mais essa interferência no terreno dela. Apesar de que o valor é bem mais alto, já que daria mais de mil reais uma limpeza em um terreno de 300 m². Hoje acredito que uma limpeza particular daria em torno de R$80. As pessoas vão passar a ter essa consciência”, disse.
A limpeza dos terrenos está diretamente ligada a proliferação dos mosquitos do tipo Aedes aegypti, pois, em locais onde acumula água parada, o número de criadouros aumenta. O anteprojeto é uma sugestão ao prefeito Ico Charopen, que deve, se quiser, mandar o projeto para ser reanalisado pela Câmara. De acordo com a ideia inicial, a fiscalização deve ser feita através dos fiscais da Secretaria de Serviços Urbanos.
Para o biólogo Márcio Rodrigues, para a infestação que Livramento já tem, a atenção tem que ser redobrada. “Estamos acompanhando uma situação que precisa da atenção maior da população. A Prefeitura de Livramento passa por dificuldades e isso é inegável, mas temos que nos preocupar com uma possível epidemia, pois as consequências são nefastas, levam à morte”, afirmou.
O vereador Monteiro nasceu em Recife e disse que na sua terra natal já conviveu com essas doenças há anos. “ Minha família já teve essas doenças e a minha preocupação aumenta ainda mais. Quando eu cheguei em Livramento começaram a falar sobre o assunto e eu já me mobilizei como pude, por ter essa vivência e saber que não é nada fácil combater esse mosquito”, contou.
Durante o debate na RCC FM, tanto o parlamentar quanto o biólogo destacaram a importância de se tomar atitudes urgentes quanto à prevenção, antes de se ter um caso em Livramento. “Nós precisamos ter a compreensão de que temos que, pelo menos, dobrar o número de funcionários, agentes que atuam nesse sentido. Temos que ter celeridade e multas para aqueles que não cuidam dos seus pátios”, destacou Márcio.
O tema também foi citado pelo presidente da Câmara de Vereadores nessa semana. Maurício Galo del Fabro (PSDB) confirmou à Reportagem que o Poder Legislativo está atento e preocupado com a causa.
O vereador Monteiro confirmou que o assunto está na pauta entre os dois Poderes também. “Inclusive eu falei com o prefeito pois, se houver uma epidemia, para onde nós vamos levar esse povo todo?”, questionou o parlamentar fazendo uma alusão com a atual situação da Santa Casa de Misericórdia, que passa por uma grave crise financeira.
Ainda na quinta-feira (21), Monteiro protocolou na Secretaria da Câmara Municipal uma nova proposta visando à criação de instrumentos jurídicos que possibilitem ao Poder Público maior agilidade no combate aos riscos iminentes representados pela presença do mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. Através de anteprojeto que, caso aprovado pelo Legislativo, será encaminhado ao Executivo Municipal para a elaboração do necessário projeto de lei, Monteiro busca estabelecer o respaldo legal para que os agentes de saúde ou da vigilância sanitária possam entrar em imóveis fechados ou abandonados nos quais se verifique risco da presença de mosquitos.
O anteprojeto estabelece que, em caso de situação de iminente perigo à saúde pública, a Secretaria Municipal de Saúde, representada tanto pelo titular da pasta ou seu adjunto ou ainda pelo coordenador da Vigilância Sanitária, deverá determinar e executar as medidas necessárias para o controle da doença bem como para intensificar as ações preconizadas pelo Programa Nacional de Controle da Dengue e pelas próprias normas de saúde pública municipais. Essas medidas incluem, obviamente, a realização de visitas a imóveis públicos e particulares para eliminação do mosquito e de seus criadouros.