As buscas pelo jovem caçador, natural de Erechim, Anderson Pieniak, acabaram com um desfecho triste no início da noite desta terça-feira (29).
Corpo é encontrado
Trabalhadores de uma estância na região de Limeira faziam uma vistoria no campo quando se depararam com um corpo debruçado na beira de um pequeno açude. Ao lado, estava a arma utilizada para caça e o GPS.
Os trabalhadores retornaram para a estância e relataram o que haviam visto. Logo em seguida uma das proprietárias da Estância São Roberto recebeu uma ligação dando conta do ocorrido, imediatamente Brigada Militar e Polícia Civil foram informadas e equipes se dirigiram para o local que fica há mais de uma dezena de quilômetros do local onde as buscas estavam concentradas.
Caso repercute nas redes sociais
Conforme foi apurado, informações que ainda estavam sob custódia da Brigada Militar e Polícia Civil começaram a circular na internet. Até este momento apenas um reduzido número de familiares havia sido informado da notícia. Inclusive o pai de Anderson e um dos irmãos que estava na Estância São Roberto, aguardando o retorno de uma viatura da Brigada Militar e de um grupo de buscas, ainda não tinham sido informados sobre a possível localização do corpo. Foi somente por volta das 22h que a comunicação oficial chegou para todos os familiares, incluindo parentes que estavam no interior de Livramento e na cidade de Erechim, terra natal de Anderson Pieniak.
Nesse meio tempo, o irmão de Anderson, Avelino Pianiak, chegou a desmentir notícias do facebook que já davam conta de que o corpo teria sido encontrado. Avelino ainda confirmava que as buscas seriam retomadas na quarta-feira.
Passados alguns minutos desta declaração, o pai e o irmão de Anderson foram comunicados pelas autoridades sobre o corpo e que, de fato, pertencia a Anderson, desaparecido já há quatro dias.
Avelino voltou a falar com a reportagem que estava no local e lamentou a perda precoce do irmão. Anderson Pieniak deixa ainda esposa e dois filhos.
Perícia confirma morte de Anderson
A Polícia Civil e IML terminaram o trabalho de perícia por volta da meia noite, juntamente com a presença da Brigada Militar, incluindo o Comandante Tenente Coronel Otero. A reportagem do Jornal A Plateia acompanhou o desfecho do caso. Ainda na análise feita no local, as autoridades acreditam que Anderson tenha sido vítima de um mal súbito. O jovem teria caminhado por quilômetros e, possivelmente, ao retirar o equipamento do corpo e tentar se refrescar na água do açude ele tenha passado mal e caído. O corpo não apresentava ferimentos.
Palavra do Comandante Otero
Ainda por volta da meia noite, diretamente do local onde acontecia a Perícia Policial onde o corpo de Anderson foi encontrado, o Tenente Coronel Otero concedeu uma entrevista para o Grupo A Plateia e lamentou que após quatro dias de intensas buscas o caso tenha um final triste. Otero agradeceu ao empenho da Brigada Militar, Exército, Bombeiros, inclusive equipes que vieram de Porto Alegre, a ajuda da Policia de Rivera e dos inúmeros voluntários no caso e lamentou que o jovem tenha sido encontrado sem vida
Palavra da Delegada Giovana Muller
A Delegada Giovana Muller que também foi ao local da Perícia disse que foi um momento de muita emoção para todos os envolvidos, tanto equipes de busca, como dos amigos que estavam junto com Anderson pouco antes de ele se perder. A Delegada confirmou mais uma vez que o corpo do jovem foi encontrado por trabalhadores que estavam no campo.
O caso
Anderson estava desaparecido desde o sábado, dia 26, quando caçava javalis com um grupo de nove amigos. Esta foi a primeira vez que Anderson caçava com este grupo e a primeira vez que praticava o esporte na Estância São Roberto, região limítrofe entre Livramento e Quaraí.
Segundo relato dos demais caçadores, Anderson se distanciou no grupo após decidir perseguir sozinho um javali que havia passado próximo ao grupo que fazia uma pausa após uma manhã inteira de caminhada. Isto teria acontecido por volta das 13h. Um dos companheiros de caçada teria iniciado a perseguição junto com Anderson, mas desistido ao chegarem à mata fechada. Ainda confiante, Anderson decidiu seguir a caçada sozinho. Depois deste episódio, segundo relatos iniciais, Anderson não foi mais visto.
Na tarde de terça (29), após comunicação oficial do desaparecimento, quatros caçadores que ainda se encontravam na cidade de Livramento foi ouvidos pela Polícia Civil em depoimento colhido pela Delegada de Polícia.
Dor e Luto
Nas redes sociais, ainda durante a tarde de terça, a esposa de Anderson gravou um vídeo emocionada onde pedia ajuda para trazer o marido de volta.
Na Estância São Roberto, a dor dos familiares de Anderson deixou o clima que antes era de expectativa em lamento. Pai e irmão foram confortados por amigos que estavam no local e por voluntários que ainda estavam no acampamento do grupo na sede da Estância.
Os amigos de caçada, que também acompanharam toda a ação do Grupo de Buscas, lamentaram o final trágico do que antes deveria ser uma viagem entre amigos, um momento de lazer e diversão. Ainda durante o domingo, início das buscas, o Comando da Brigada Militar ressaltou que o grupo estava com todo o armamento legalizado e com as autorizações para caça em dia. Anderson era considerado pelos amigos e familiares como um caçador experiente e habilidoso.
Os proprietários da Estância São Roberto também lamentaram o desfecho e prestaram todo o apoio aos familiares e equipes que trabalharam durante os quatro dias de buscas.
O corpo de Anderson foi levado para necropsia e depois será encaminhado para a cidade de Erechim, onde será velado.