sáb, 23 de novembro de 2024

Variedades Digital | 16 e 17.11.24

Quase 5 milhões de abelhas podem ter sido exterminadas no município por ação de agrotóxico

Segundo dados do governo estadual no Rio Grande do Sul já são mais de 400 milhões de insetos mortos por meio da má utilização de agrotóxico em lavouras de soja.

Outra caso que vem preocupando os produtores rurais, principalmente os apicultores, é a mortandade de milhões de abelhas no estado, fato que também está ligado à utilização de outro agrotóxico utilizado em lavouras de soja chamado Fipronil. No Rio Grande do Sul, cerca de 80% das abelhas estão morrendo por consequência deste produto.
A Câmara Setorial de Apicultura do estado registrou, nos últimos meses, o extermínio de colmeias em oito municípios gaúchos. O engenheiro agrônomo Aroni Sattler analisou, em 2018, 30 episódios registrados no Rio Grande do Sul. A análise concluiu que a ingestão ou o contato das abelhas com o inseticida Fipronil – usado para proteger sementes de soja contra insetos – foi o responsável por exterminar os apiários.
Segundo o presidente da Associação Santanense de Apicultores, César Cipriano da Silva, vários produtores de mel do município já registraram perdas de colmeias inteiras causando não somente um problema financeiro, mas, também para o meio ambiente onde esses insetos são fundamentais na polinização das flores. “Aqui na região existem, sim, apicultores que já perderam suas colmeias, eu inclusive há um tempo perdi cerca de 20 colmeias num apiário e têm colegas nossos que já perderam 30, outros 70, em consequência da pulverização em áreas de plantio. É um tema bastante complicado porque quem perde é o apicultor, por tem um custo todo envolvido por trás do manejo. Até recuperar o prejuízo e refazer as colmeias são 7 ou 8 meses e aí já se perdeu, praticamente, duas safras” lamenta o apicultor.
Ainda nas palavras de César Cipriano: “uma colmeia possui aproximadamente cerca de 40 mil abelhas, somente com os dados repassados pelo produtor é possível ter uma ideia aproximada de quantos insetos já podem ter sido exterminados em Livramento”. Conforme um cálculo base de 40 mil insetos em cada uma das 120 colmeias atingidas, chegamos ao dado alarmante de 4,8 milhões de abelhas extintas no município nos últimos anos, isso computando apenas os dados de produtores que fazem parte da Associação Santanense de Apicultores.
A saída apontada pelo produtor é um consenso entre a apicultura e o plantio para evitar assim futuras perdas.” Nós já tivemos aqui alguns casos onde houve esse consenso e os agricultores realizaram a pulverização à noite. Essa é uma solução porque nesse período a abelha já parou com o trabalho dela e a gente sabe que o veneno age em duas ou três horas e depois que a planta absorveu não há mais o risco da abelha se contaminar. Porque a abelha pega esse veneno no voo, durante o dia, aí ela traz para dentro da colmeia e contamina todas as outras”.
Cipriano lamenta a morte dos insetos que são essenciais para a natureza e funcionamento do ecossistema. “É claro que a gente faz um trabalho visando o lucro profissional , mas a gente também pensa no lado do meio ambiente e isso aí é uma questão mundial que preocupa a todos porque a abelha é responsável direta e indiretamente por quase 80% do alimento produzido no mundo, seja pela polinização das hortaliças, polinização das árvores frutíferas ou da pastagem natural onde o gado pasta . Realmente é um tema que preocupa o mundo inteiro, nos Estados Unidos por exemplo em alguns estados já não existe mais abelhas, e realmente é uma situação muito crítica. Já estão sendo realizadas tentativas inclusive de polinização artificial mas não funciona em larga escala pelo menos. Então nós temos que partir para um campanha de conscientização de todas as pessoas sobre a importância desses insetos para a nossa vida. A gente sabe que os produtores, principalmente em larga escala necessitam da utilização desses produtos, mas que seu uso seja consciente” disse.

O nosso mel é da melhor qualidade 

Questionado sobre a possibilidade de o mel ser contaminado pelo inseticida, o apicultor disse que sim, existe esta possibilidade, mas que o produto comercializado no município passa por um rigoroso controle. “ Claro que pode. A gente não pode dizer que não. Mas com relação ao mel que é vendido envazado ele passou por uma inspeção rigorosa do nosso SIM (Sistema de Inspeção Municipal) da Secretaria de Agricultura onde é feita uma análise nas amostras que são recolhidas e enviadas para a UNIVATES, em Lajeado, e ele só é liberado para consumo após passar por todo esse processo. Então a população pode ficar tranquila que o mel da associação que está dentro dos mercadinhos em Livramento é um mel de qualidade e sem contaminação” encerrou.

Matias Moura – [email protected]

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