Em algumas cidades da região, há a iminência de um verdadeiro colapso no setor das redes básicas municipais
A rede básica municipal de saúde de Sant’Ana do Livramento não deve ser impactada com a saída dos cubanos no Programa Mais Médicos. A informação foi confirmada pela Secretaria de Saúde, nessa semana. Apesar da saída da única médica cubana que atende no Município, a continuidade do trabalho deve se dar através da equipe de trabalho em da Estratégia de Saúde da Família do bairro Armour. Entre outras localidades, a Estratégia abrange a população do São Paulo, Lascão, Floresta, Cerro dos Munhoz, Itaquatiá e Coxilha Santo Inácio.
Os profissionais estão retornando para o país de origem por decisão do governo cubano por desacordo com condições impostas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para que os médicos permaneçam no programa, entre elas a realização do exame de revalidação de diplomas para reconhecimento no país (Revalida) e a não retenção de parte da remuneração dos médicos, que até então ficava com a administração cubana.
De acordo com o represente dos Secretários de Saúde da 10ª Coordenadoria de Saúde do Rio Grande do Sul, o secretário santanense Sérgio Aragon, apesar de Livramento não ter um grande impacto, na região as mudanças serão consideráveis. “São Gabriel, por exemplo, tem 15 profissionais do programa Mais Médicos, sendo 14 cubanos, isso representa um colapso. Em Uruguaiana são 8, Alegre,7 e Itaqui, 3”, afirmou Aragon.
As secretarias, no entanto estão surpresas com a agilidade que o programa deu para a substituição desses médicos que estão saindo, já estando completa a primeira etapa de seleção e com a expectativa de avanço para a segunda etapa em 15 dias. “A gente acredita que, dado esse prazo inicial, provavelmente quando os médicos cubanos estejam saindo do país a reposição seja quase que imediata. De qualquer forma o Programa Mais Médicos é a salvação dos Municípios nessa área”, afirmou o secretário de Saúde.
Os profissionais cubanos já começaram a deixar o Brasil na quinta-feira (22). A informação foi divulgada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), responsável pela intermediação do convênio entre Brasil e Cuba. A estimativa da organização é que o processo de saída dos mais de 8 mil médicos contratados no âmbito do convênio dure até o dia 12 de dezembro.
Durante a semana cinco voos partiram com destino à capital cubana, Havana. Os profissionais já começaram a se deslocar dos municípios onde estavam alocados em direção às cidades de onde sairão só voos para Cuba.