Sistema sustentável colabora para a produção comercial e pesquisa em aquicultura na bacia do Rio Uruguai
Conforme explica o professor ministrante do curso, brevemente, os bioflocos são agregados microbianos que permanecem em suspensão na água, compostos principalmente por bactérias. Essas absorvem principalmente nitrogênio amoniacal e carbono orgânico, portanto, os bioflocos realizam a manutenção da qualidade da água e também são fonte de alimento natural extra. “Consequentemente, nesse sistema é possível atingir altas produtividades mesmo com baixa ou nula renovação da água. Por essas razões o sistema de bioflocos é considerado sustentável, pois utiliza reduzida quantidade de água e possibilita o melhor aproveitamento dos nutrientes”, destaca.
O sistema de bioflocos tem sido amplamente utilizado em diversos países no mundo, para a produção comercial e pesquisa em aquicultura. “É importante destacar que o Brasil tem destaque no desenvolvimento desse sistema. São produzidos nesse sistema principalmente a tilápia Oreochromis niloticus e o camarão marinho Litopenaeus vannamei“.
Bioflocos na Unipampa
No laboratório de Aquariofilia do curso de Tecnologia em Aquicultura, Martins, em colaboração com os professores Carlos Frederico Ceccon Lanes, Giovani Taffarel Bergamin, Cátia Aline Veiverberg e os estudantes Bernar Oliveira e Alessandra Perez, desenvolvem o sistema, com atenção especial para o zebrafish Danio rerio, já apresentando resultados positivos e promissores.
O professor destaca que, em relação à sustentabilidade do sistema, além de menor utilização de água e maior aproveitamento dos nutrientes, para a região da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai o sistema possui relevante interesse. “Isso ocorre, pois se trata de um sistema fechado, sem renovações de água, o que evita o escape dos organismos produzidos, como a tilápia, que é uma espécie exótica e possui limitações legais referentes ao sistema de produção utilizado. Entretanto, o sistema de bioflocos é uma alternativa viável no aspecto da legislação, pois são evitados os escapes dos organismos ao meio ambiente”. Martins destaca que o curso irá demonstrar os aspectos básicos para a implementação e manutenção do sistema de bioflocos, podendo ser uma alternativa ao desenvolvimento da aquicultura na região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.