qua, 23 de outubro de 2024

Variedades Digital | 19 e 20.10.24

WhatsApp – a culpa é dele

Nunca antes na história escrever foi tão prático e ao mesmo tempo perigoso

Um resumo dos fatos 

No início da semana a cidade de Livramento se viu, novamente, envolvida numa crise política causada por “prints” de conversa de WhatsApp. O caldeirão ferveu quando na segunda-feira, no dia 5 de novembro, o Prefeito Ico Charopen foi até o estúdio da rádio RCC FM prestar esclarecimentos sobre a denúncia feita pelo vereador Carlos Nilo.
Nilo declarou que entregou provas ao Ministério Público de possível “propina” envolvendo pessoas ligadas ao Executivo e havia utilizado a palavra “coimeiros” para fazer referências. Ainda segundo Nilo, entre as provas haviam informações coletadas do aplicativo WhatsApp. O prefeito Ico estava exaltado durante entrevista na rádio, bateu na mesa do estúdio, esbravejava e afirmou que jamais pediu propina alguma e que, caso isso fosse verdade, ele mesmo pediria a renúncia. Disse ainda que não autorizou ninguém para tal prática.
Mas o prefeito não ficou apenas nisso e citou mais outras pessoas, contra-atacando o assunto, alegando que havia uma espécie de “conspiração” contra a sua pessoa ao referir envolvimentos de um casal nas campanhas eleitorais do vereador Nilo e da sua vice Mari como deputados federais. O prefeito Ico disse que um casal que havia repassado informações ao vereador Nilo sobre a suposta “proprina” teria envolvimento com a empresa de transporte urbano que se instalaria na cidade e que, por sua vez, a mulher teria trabalho na campanha da vice-prefeita Mari Machado. Ico ainda citou uma conversa de WhatsApp de um grupo do PSB (Partido Socialista Brasileiro) onde Mari, a Diretora do Sisprem, Carla Saraiva e o ex-deputado federal Beto Albuquerque comentavam a atual situação da prefeitura e desejavam que o governo “se ferrasse”. Ico tratou o fato como “nojento”.
Ainda durante o programa Conversa de Fim de Tarde, após as declarações do prefeito Ico, a vice-prefeita Mari Machado, falando por telefone, rebateu as acusações do Prefeito e lembrou que, no início do ano, ela que foi afastada da posição de secretária nas Pastas que assumira e desde então está isolada da administração. Mari ainda esclareceu que a jovem na qual o Ico se referiu não trabalhou em sua campanha, era apenas uma eleitora com quem tirou uma foto e naturalmente postou na sua rede social, “as pessoas não tem mais liberdade de expressão?” questionou. Mari lamentou as acusações “infundadas”. Sobre o “print” da sua conversa no grupo do PSB, Mari disse que não comentaria abertamente o tema, porque a conversa era dentro do seu partido e esta não seria a sua postura “não sou eu que vou expor assuntos internos do meu partido, nunca o fiz e não vou começar agora”. Mari lamentou a postura do prefeito e se negou a comentar assuntos que são tratados apenas dentro do partido e afirmou que espera o esclarecimento do Ministério Público a respeito da denúncia feita pelo vereador Carlos Nilo.

Esta já não é a primeira vez que Livramento vive crises políticas geradas pelas redes sociais ou mesmo por vazamentos de conversas em aplicativos de bate-papo. Situações como estas mostram a fragilidade e vulnerabilidade dos assuntos tratados em “grupos de conversa por aplicativo”. A conversa virtual e a tecnologia se tornaram os “fantasmas” dos políticos atuais. Ao lado desta fragilidade, as fakenews também são os vilões e responsáveis por grandes crises políticas, locais e nacionais. Nesta reportagem, além de conferir o caso polêmico da semana, você poderá conferir a opinião técnica de profissionais sobre o assunto “Redes Sociais”.

WhatsApp, o que você fez?

O WhatsApp é um colosso no Brasil. Segundo o mais recente levantamento feito pela própria empresa, desde maio de 2017, são 120 milhões de usuários. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 94,2% dos brasileiros entram na internet por telefones celulares e que 94,2% dos acessos têm como objetivo trocar mensagens de voz e imagens “por aplicativos diferentes de e-mail”. Trata-se justamente das características do WhatsApp, o mais popular entre seus concorrentes. Uma pesquisa do Ibope publicada em junho do ano passado foi no mesmo sentido e revelou que o aplicativo é a principal rede social do Brasil, sendo utilizada por 91% dos internautas.
Esta ferramenta se tornou indispensável para a vida privada, relações em família, negócios e a própria política. A comunicação rápida e fácil entre duas ou mais pessoas, e praticamente sem custo, foi a vantagem vista por muitos para estreitar relações, amizades, negócios e opiniões, contudo, expressar uma opinião dentro desta ferramenta pode ser o “veneno” que destruirá casamentos ou colocará toda uma nação em crise.

Analista de TI fala sobre redes sociais e fake news 

A reportagem conversou com O Analista de TI, Rodrigo de Oliveira Estela, formado na área desde o ano 2000 e professor por 18 anos. Rodrigo exerce suas atividades no Campus do IFSul em Livramento.
A grande pergunta foi procurar entender como as redes sociais e aplicativos de conversa se tornaram vilões e ferramentas capazes de instaurar grandes crises numa sociedade. Rodrigo começou explicando que há algumas décadas o grande problema era a falta de informação e de acesso, atualmente, o acesso é o menor dos problemas, o X da questão está na qualidade do que a pessoas absorve.
“Hoje há facilidade de acesso à internet, mas as pessoas não têm o domínio do básico e sofrem pela dificuldade de interpretação de texto, o problema está na educação”. Rodrigo comentou que a nova geração perdeu o hábito da leitura e com isso a sua capacidade de interpretação textual. “A nova geração lê, mas não se informa. Perdemos o filtro daquilo que chega até nós”.
Segundo o Analista, mesmo aqueles que possuem estudo e educação também são levados pela onda da internet, é quando acontecem as fake News. “nem toda notícia falsa é falsa totalmente, para uma notícia falsa ganhar notoriedade, para ter sucesso no que pretende, ela precisa de fatos que realmente aconteceram, estes fatos podem ser datas, entrevistas, imagens, tudo depende do interesse daquele que está criando a notícia falsa, do seu objetivo. Isso que dá sucesso para a fake news” disse.
Rodrigo lembrou do que aconteceu nas eleições presidenciais, das centenas de milhares de pessoas compartilhando notícias sem ao menos ler o seu conteúdo. “Elas se fixam na manchete, no titulo e logo propagam aquele link, tem estudos que mostram que as pessoas de fato não leem e isto é uma cultura pobre em termos em leitura”.
“Antigamente os alunos interpretavam na sala de aula escritores como Machado de Assim, José de Alencar, mas hoje os estudantes vão para a internet e leem resumos ou releituras de obras famosas, e acabam comprometendo a sua capacidade de interpretação textual. E mesmo quem tem uma forte educação, acaba se levando pela emoção e ímpetos ou até por influencia de amigos e familiares que compartilharam aquela notícia e que acabou gerando uma sensação de credibilidade”.
Rodrigo disse ainda que uma das características da fake news é que elas são notícias cíclicas, ou seja, depois de um determinado período elas acabam voltando e despertam polêmica, ódio e debates desnecessários. As redes sociais se tornam campos minados e a falta de filtro compromete as relações.
Segundo o Analista, o próprio facebook lançou programas de IA (Inteligência Artificial) para tentar coibir a propagação de fake news, mas não conseguiu impedir as notícias falsas que circularam na internet.
Rodrigo brincou: “vamos precisar de uma IA (Inteligência Artificial) a nível de “Exterminador do Futuro” para alcançar um medidor e um filtro tão poderoso capaz de distinguir o que é verdade do que é mentira”.
Para Rodrigo, o melhor filtro para as fake news ainda é a figura humana entre o computador e o teclado. “Precisamos nos reeducar”.
“Há 30 anos dizíamos que todos deveriam ter acesso a tecnologia” disse Rodrigo e segundo ele a massificação foi a grande responsável pela crise vivida hoje, “O acesso foi uma coisa foi boa, a massificação barateou preços de celulares, computadores, mas foi prejudicial porque nem todos sabem lidar com a tecnologia e não sabem o que estão fazendo, falta educação ao lidar com as informações recebidas nas redes sociais muitas vezes”.
O analista lembrou que a informática não é vilã, ela tem o seu lado bom, mas não se pode deixar que ela vire a única rotina de um cidadão. “Nós estamos perdendo a capacidade de ver o que acontece ao nosso redor, de avaliar os conteúdos que recebemos, tudo é imediato e isso acaba sendo prejudicial”.
Rodrigo Estela recomendou prudência para quem usa redes sociais e aplicativos, o cuidado com os conteúdos escritos, compartilhados e com aquilo que é tratado dentro destas plataformas. A crise não é fruto da tecnologia, é fruto de quem a opera.

 

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