A grande expectativa da comunidade santanense por esclarecimentos a respeito das denúncias de suposta tentativa de corrupção no processo de concorrência para exploração de serviço de lotação no transporte coletivo de Livramento ainda vai ter que esperar uma manifestação formal do Ministério Público, já que a Prefeitura Municipal não esclareceu os principais aspectos do caso até o momento. Na manhã da última quinta-feira, o Executivo reuniu representantes de alguns veículos da imprensa local, no Salão Nobre da Prefeitura, quando secretários municipais fizeram relato de algumas atividades e lamentaram que a denúncia – feita na Tribuna da Câmara de Vereadores e levada ao Ministério Público pelo vereador Carlos Nilo, do Progressistas – não apresente nomes.A estratégia da Prefeitura Municipal parece ser a de vitimização perante as denúncias, ao invés de buscar esclarecê-las. Na mesma Coletiva de Imprensa, os secretários Geral de Governo, Enrique Civeira, e das Obras, Trânsito e Mobilidade Urbana, Ricardo Dutra, fizeram um relato sobre o processo, afirmando terem ocorrido falhas na documentação da empresa vencedora da concorrência, dessa forma desviando do foco principal das denúncias, que é o suposto pedido de dinheiro à empresa para a liberação do início do serviço de transporte coletivo na modalidade lotação. Depois disso, também a primeira dama e secretária de Turismo, Silvana Harden, e os secretários da Administração, Fernando Linhares, da Assistência Social, Lauro Binsfeld, do Desenvolvimento, Carlos Eduardo Grisolia da Rosa, da Fazenda, Mulci Torres, e da Cultura, Luiz Arrieta, lamentaram o que chegou a ser definido como “generalização” nas denúncias. O vereador Carlos Nilo, que apresentou a denúncia e entregou gravações de conversas com supostos pedidos de dinheiro para integrantes da Administração Municipal chegou a ser chamado, pelo Secretário Geral de Governo, de “sem vergonha”.Visivelmente irritados com as denúncias que não conseguiram esclarecer, os secretários optaram por afirmar sua vontade de trabalhar pelo município. A estratégia de vitimização vai envolver outros setores da Administração. Utilizando grupos nas redes sociais, o Governo procura obrigar os servidores CCs, que podem ser demitidos a qualquer momento pelo Prefeito, a ajudarem na afirmação de que as denúncias não possuem fundamento. Através da Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal, os detentores dos cargos CCs são orientados a dar “curtidas” e “compartilhar” publicação do vídeo da Coletiva de Imprensa, como forma de fazer a defesa do Governo.