Caso a administração não apresente nenhuma proposta até esta data, os médicos garantem que os contratos serão rescindidos
A Santa Casa de Misericórdia de Santana do Livramento poderá ficar sem atendimento em várias especialidades médicas até o final de outubro. O motivo é o pedido de rescisão contratual protocolado por um grupo de médicos da casa de saúde no dia 24 de setembro. O prazo para a rescisão é de 30 dias. Portanto, a Santa Casa poderá ter o atendimento à população seriamente prejudicado. Caso a administração não apresente nenhuma proposta neste prazo, os médicos garantem que os contratos serão rescindidos.
O principal motivo para os pedidos de rescisão é a falta de compromisso da atual gestão com as reivindicações dos médicos quanto às condições de trabalho, falta de insumos e atrasos nas remunerações. Há valores em aberto de 2016, 2017 e 2018. Em reunião com o Simers, os médicos reforçaram que a situação está insustentável.
Representantes da entidade médica estiveram reunidos com o prefeito Ico Charopen e com a administração da Santa Casa em várias oportunidades. No entanto, até agora não foi estabelecido um cronograma para o pagamento dos atrasos e tampouco foram atendidas as reinvindicações com relação às condições de trabalho.
De acordo com o diretor do Simers Willian Adami, o momento exige seriedade da administração pública, atual gestora da Santa Casa. Ele ressaltou que os médicos buscaram, exaustivamente, encontrar alternativas e que, se não receberem uma proposta clara, não restará outra saída que não a rescisão contratual. “Abrir mão de um vínculo construído com a instituição e com a comunidade, por várias décadas, não é uma decisão fácil. É um fardo, mas que se faz necessário em momentos como esse, de grave crise e aparente inércia da administração. Lembramos que os médicos não estão abandonando seu compromisso com a ética, mas estão pedindo ajuda”, afirmou.
Palavra do diretor administrativo da Santa Casa
Wainer Machado, diretor administrativo da Santa Casa diz que receberam a carta de vários profissionais pedindo a quitação dos débitos de 2018, dando o prazo até o dia 24 de outubro, resultante de uma assembleia realizada pelos médicos.
“Nós recebemos a correspondência e estamos junto com o executivo buscando viabilizar recursos para apresentar a eles um plano de pagamento e dessa forma tentar suprir essa necessidade financeira da Santa Casa com os profissionais médicos e tentar uma proposta que viabilize a continuidade dos trabalhos. Estamos aguardando o executivo apresentar para nós um planejamento dos repasses perante as pendências que temos hoje e dessa forma viabilizarmos a proposta efetiva. Não dá para a gente fazer uma proposta sem ter a certeza do repasse dos valores, há intenção do executivo de que valor a ser recebido do Imposto Territorial Rural possa, uma parte, ser destinada para cobrir essas diferenças atrasadas que existem hoje e, sendo assim, nós vamos com esses valores suprir uma parcela significativa do que se deve”, destaca.
Até o dia 24 de outubro o atendimento continuará normal, os profissionais estão fazendo essa reivindicação, mas o serviço de urgência e emergência, Pronto Socorro e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), continuarão trabalhando. Essa notificação é referente aos procedimentos eletivos. “Estamos trabalhando para suprir esse débito que temos em pendência nos meses de julho, agosto e setembro. Nos três meses integrais e alguns percentuais referentes ao mês de junho e de maio”, finalizou Wainer.
Por: Lauren Trindae – [email protected]