Informação foi confirmada na semana que diretora da escola Abreu Fialho denunciou falta de merenda na Câmara
Sem recursos em caixa, o Governo Municipal não tem dinheiro para pagar o R$1,3 milhões à Oscip contratada para ajudar a gerir a Educação em Sant’Ana do Livramento. Com a informação confirmada pelo secretário municipal da Fazenda na manhã de sexta-feira (05), a empresa não cumprirá com o pagamento dos professores e demais profissionais contratados para trabalhar nas escolas.
Além disso, segundo o secretário Mulcy Torres, existe outro entrave: ele ainda não tem sob sua posse o aditivo ao contrato com a Oscip feito pela Administração. “Por enquanto eu ainda não tenho o valor da parcela para pagar a Oscip, o mais certo seria na semana que vem, quando chega recurso do Estado, essa é a nossa real situação”, disse.
Segundo o coordenador do escritório da Oscip, em Livramento, Edinilson Nogueira, com a falta desse pagamento, a empresa não cumprirá com o pagamento dos professores, pois trata-se de uma instituição sem fins lucrativos, portanto não há recursos em caixa.
A informação de Mulcy foi confirmada na semana em que a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Doutor Abreu Fialho, localizada no bairro Santa Rosa, usou a tribuna popular, nessa semana na Câmara de Vereadores. Na oportunidade, Carmem Moreira disse não estar satisfeita com a terceirização da Educação no Município, bem como demonstrou inconformidade com o processo de contratação realizado pela empresa Oscip, alegando a falta de funcionários na escola. “Não gostamos da terceirização em nenhum momento. A Oscip diz uma coisa e os nossos colegas dizem outras. É um ano que está nos judiando muito. A relação com essa firma é difícil e fica um jogo de empurra no meio do caminho”, disse ela.
Um dos pontos que mais chamou a atenção na fala da diretora foi sobre a alimentação. “Está precária ultimamente e a gurizada reclama, falta. A carne, o alimento não perecível, arroz e feijão é a Secretaria que manda e está faltando. Não sou contra o Governo, nem contra ninguém, mas estou a favor do meu trabalho”, afirmou.
A diretora destacou também a ausência de alguns materiais escolares, alimentos e de limpeza. “Nos dão no máximo 2.500 folhas por mês, geralmente nós temos que comprar A4 com complementação de verbas próprias”, acrescentou.
“Em outro governo eu estive aqui questionando sobre o transporte, e agora retornamos. O nosso único partido é a Educação. Não temos verba federal desde 2014, o que a gente tem é muito pouco para os 410 alunos que temos”, disse.
Ainda na Câmara, os vereadores explanaram suas colocações, manifestando que o Governo Municipal precisa ter mais responsabilidade e interesse com a Educação, e que os impasses citados são pela falta de gerenciamento e definição de prioridades. Em nota, a Câmara de Vereadores informou que os parlamentares vão se reunir com o prefeito para buscar um retorno em relação às demandas. A Assessoria de Imprensa do Palácio Moysés Vianna informou que o Executivo está atendo ao assunto, inclusive enviando auxiliares do Prefeito à escola.