A organização do evento Mulheres de Santana Contra o Fascismo questionou, na tarde deste domingo (30), a presença de agentes da Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana de Sant’Ana do Livramento na passeata em favor do candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, do PSL.
Na tarde de sábado (29), o grupo Mulheres de Santana organizou um evento contrário ao presidenciável e, segundo a organização, um ofício foi encaminhado para Secretaria solicitando apoio da Guarda Municipal de Trânsito para o evento que aconteceu no centro de Livramento, mas o pedido foi indeferido. Segundo a organização, a justificativa dada foi de que “a caminhada era de cunho político” e que os guardas de trânsito não podem trabalhar durante o fim de semana por conta de um Decreto Municipal que corta horas extras dos servidores.
Segundo Débora Castro, uma das organizadoras do evento de sábado, o movimento ficou surpreso ao receber a informação do apoio da Secretaria de Trânsito na passeata pró-Bolsonaro. “Ficamos extremamente perplexos com isso”, disse.
“Quarta-feira entramos em contato informando o nosso ato, que gostaríamos de ter a presença dos guardas municipais, porque nossa intenção era subir a rua dos Andradas, como praxe em toda manifestação ou ato, seja religioso ou político. O inspetor explicou que não seria possível, pois no sábado não há mais efetivo por conta de um decreto municipal que corta as horas extras. Mas que levássemos o oficio que ele faria o possível pra liberar um efetivo. Pois, independente de tudo, vivemos em uma democracia. Da nossa parte estava OK, já estávamos pensando em uma segunda opção que era e foi subir a rua Rivadavia Correa. Na quinta a companheira Sofia levou o ofício (na Secretaria). Na sexta, tivemos a resposta do indeferimento, pois se tratava de uma manifestação de cunho político e a secretaria não poderia participar”, relatou Debora.
Procurado pela Reportagem, o secretário responsável pela Pasta, disse não ter autorizado a escala de guardas municipais em nenhum dos eventos. “E ainda não sei quem autorizou a questão da passeata”, disse Ricardo Dutra. “Não sei se a Brigada Militar, ou alguma outra instituição solicitou apoio, pelo tamanho do movimento, e algum inspetor, o secretário adjunto ou o prefeito liberou. Pode ter ocorrido, pois parece que tinham algumas ruas e linhas de ônibus trancadas”, complementou o secretário.
A Assessoria de Comunicação do Gabinete do Prefeito Ico Charopen (PDT) também foi procurada. Por mensagem de texto, a Assessoria informou que o secretário “não autorizou apoio em nenhuma das manifestações. Justamente pela questão das dificuldades financeiras e o pagamento de diárias, e não em função do direcionamento político”.
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