Nessa semana, o prefeito Ico Charopen (PDT) nomeou o novo administrador da Santa Casa de Misericórdia. Rodolfo Follmer Machado, já começou a trabalhar na transição, que está sendo conduzida pelo, até então diretor, Wainer Machado (PSB). Ainda não foi anunciado o futuro de Wainer, porém durante a apresentação do novo diretor, parte dos trabalhadores se reuniu na entrada da instituição pedindo a permanência do ex-prefeito. Em entrevista exclusiva ao Grupo A Plateia (AP), Rodolfo falou sobre o que encontrou até agora e quais são os próximos passos para o Hospital.
AP – A Santa Casa de Misericórdia vive uma intervenção municipal. Nesse tempo tivemos salários atrasados, várias greves, inclusive o Hospital vive hoje uma greve. O que pode-se esperar da sua administração?
Rodolfo Machado – “O que a gente quer fazer é identificar algumas possibilidades e se inteirar dos assuntos e a situação que a Santa Casa se encontra, porque o que eu conheço é o que eu ouço falar. Agora, dentro da Santa Casa, a gente vai poder analisar os fatos mais pontuais e ver as oportunidades de onde pode ser melhorado e onde buscar recurso e redução, buscando a eficácia e resolver problemas”.
AP – O senhor conhece o relatório feito pela Fundatec? O que o senhor pode dizer para nós sobre o que foi levantado no documento, é possível implementa-lo no Hospital?
Rodolfo Machado – “O diagnóstico é muito importante, foi um trabalho excelente. Cabe agora analisar o que de 2015 pra cá mudou. Eu sei que algumas medidas foram tomadas. É um trabalho excelente que eu acho que vai ajudar bastante, é um bom ponto de partida de comparação do que foi diagnosticado naquela época para o que a gente tem hoje”.
AP – O senhor tem experiência em administração hospitalar?
Rodolfo Machado –
“Eu trabalhei três anos e meio como administrador em Sobradinho e o hospital ainda era privado e com fins lucrativos, então a situação lá era pior porque a nossa carga tributária era muito maior. Conseguimos fazer um trabalho de equalizar entre receitas e despesas. Buscamos algumas receitas novas e contamos um pouco com a sorte também. Ainda hoje eu mantenho um relacionamento muito bom com o hospital lá”.
AP – Do ponto de vista dos Hospitais filantrópicos, como é a Santa Casa de Livramento, que conta com a tabela Sus, o desafio é atender serviços de média e alta complexidade. Como o senhor pretende fazer isso?
Rodolfo Machado – “Eu acho que a gente tem que trabalhar com o que a gente dispõe. Hoje tem uma receita, um valor, e um cenário. Dentro desse cenário, a gente vai avaliar o que a gente vai conseguir fazer com o que temos. A partir daí, do que não se tem hoje, mas se tem disponível, tem que se avaliar quais são as possibilidades. A alta complexidade é algo que traz retorno. Mas tem que ver a viabilidade, que tipo de alta complexidade porque eu acho que hoje aqui na região já tem todas as referências estabelecidas, então tem que ver onde é que nós vamos conseguir buscar, se tem essa possibilidade”.
AP – Nós sabemos que o senhor está chegando agora e fazendo essa análise do cenário. Qual é o tempo que o senhor precisará para finalizar esse estudo e, de fato apresentar uma proposta para Santa Casa?
Rodolfo Machado – “É difícil dizer, a gente trabalha em um hospital muito complexo, é uma situação complexa. É difícil dar um prazo, eu acho que a gente vai fazer dentro da mais célere possível. Toda investigação é feita buscando um resultado, soluções. É difícil estabelecer um prazo e dizer que daqui há um mês eu acho que já tenho uma proposta. Eu não tenho como fixar esse cenário, eu só posso garantir que participação minha é no intuito de buscar ajudar a buscar soluções, vai levar o tempo que for preciso”.
“Eu sou formado em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria, com MBA pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalhei no setor de energia elétrica, tenho experiência no setor de construção civil, imobiliário e, de 2011 a 2013, no setor hospitalar ”