A regularização de free shops do lado brasileiro da fronteira está prestes a ser consolidada. De acordo com a lei 12.723, as lojas francas poderão ser instaladas em cidades gêmeas (só no Rio Grande do Sul são 11) com mais de 2 mil habitantes. A cota por CPF para compras do lado brasileiro será de US$ 300. O sistema informatizado de controle da Receita Federal já está em teste, e tudo indica que a formalização para a instalação dos free shops ocorrerá dentro dos próximos meses.
O presidente do Sindicato Intermunicipal da Hotelaria no Rio Grande do Sul (Sindihotel), Manuel Suárez, acredita que os free shops do lado brasileiro trarão maior desenvolvimento para as regiões fronteiriças. Segundo ele, além de concentrar parte do capital desprendido pelos turistas em compras em território nacional, esse tipo de comércio aumentará o fluxo turístico nas cidades brasileiras que fazem divisa com países vizinhos. “O turismo de compras tem potencial para desenvolver outros setores, como o gastronômico, hoteleiro e de eventos”, esclarece.
Ainda de acordo com Suárez, o aumento do número de visitantes nessas regiões poderá chamar a atenção do governo, que precisará melhorar o investimento nas rodovias e postos da polícia federal e rodoviária. Em 2017, 89,47% dos turistas estrangeiros que passaram pelo Rio Grande do Sul utilizaram as vias terrestres – a maior parte deles argentinos e uruguaios. “Um dos maiores desafios do turismo gaúcho é fazer com que os turistas estrangeiros – e também os brasileiros que visitam o Uruguai e a Argentina – não utilizem o nosso estado apenas como passagem. Por isso, criar atrativos aqui é tão importante. O Sindihotel vem ajudando diversos meios de hospedagem do interior do estado a pensar o desenvolvimento de suas regiões, levando curso s, eventos e palestras”, explica Suárez.