Na semana em que se comemora as tradições do nosso Estado a reportagem do Jornal A Plateia traz algumas histórias de gaúchos que valorizam a nossa cultura
Um gaiteiro à moda antiga. Assim pode ser definido João Marcos Kelbouscas , 24 anos, mais conhecido como “Loco das Éguas” . De chapéu bem tapeado e tirador de “capincho” o advogado, guasqueiro e cantador, recebeu a reportagem do Jornal A Plateia em seu galpão para uma charla ao pé do fogo. Quem passa em frente a sua residência na Rua Salgado Filho nem imagina que que nos fundos de casa o músico possui um galpão de estão onde ele e sua família cultuam a tradição o ano inteiro.
Mesmo, sendo jovem, João Marcos apresenta ao público que lhe ouve um cantar antigo, que nos remete ao saudoso Nelson Cardoso e sua cordeona de botão, ou então Mano Lima, Gildo de Freitas entre outros músicos gaúchos.
Nas paredes de seu galpão, muitas relíquias, objetos antigos do uso costumeiro do universo rural , muitas delas doadas por amigos. É ali na beira do fogo mateando que muitas de suas composições nasceram, segundo ele. “Muitas letras que tenho fiz aqui, porque é um lugar que nos remete a campanha. Este galpão foi construído pelo meu avô e pelo meu pai, justamente para isso pra gente manter esse contato com as coisas do campo” conta o gaiteiro.
Com dois CD gravados, o primeiro “De Freio e Pelego na Mão” e o segundo, “Mundeando” recentemente lançado, João Marcos desta a importância de valorizar e cultuar a nossa tradição o ano inteiro, não somente em Setembro. Para ele é dever para as novas gerações preservar essa identidade gaúcha que foi deixada para pelos nossos pais e avós. “Procuro trazer isso nas minhas músicas, tanto que nós gravamos um vídeo clip a pouco tempo com imagens da gaúcha mostrando a lida de campo e o que me surpreendeu bastante foi a repercussão. Principalmente de quem é daqui e foi embora. Esse galpão serve justamente para isso para a gente manter o contato com este tipo de cenário diariamente sem precisar ir para a campanha. Pra gente cantar com verdade precisamos viver essa cultura. Tive a oportunidade de conviver com muita gente gaúcha e ouvir muitas histórias então tudo isso eu carregado em cada música que faço” destaca.
Costume antigo
O Desfile Farroupilha de 20 de Setembro foi criado pelo Folclorista João Carlos Davila Paixão Cortes e o famoso Grupo dos Oito em 1947 na capital do gaúchos, Porto Alegre, onde também foi realizada a primeira ronda crioula que deu origem a Semana Farroupilha. Hoje em dia em, Santana do Livramento assim como outros municípios gaúchos é muito comum os peões de estância vierem do campo para participar das festividades, em muitos casos os cavalos são trazidos “a pé” ou seja, em forma de tropeada. Nesta semana a reportagem do Jornal A Plateia, conversou com o capataz de estância seu “Cunca” no momento que chegada na cidade após percorrer mais de 70km montado a cavalo e trazendo mais de 8 animais para o desfile. Segundo ele, já são mais de 30 anos desfilando no 20 de Setembro pelo Fogão Negrinho do Pastoreio, onde também é um dos fundadores.
Por: Matias Moura – [email protected]
