Interatividade e tecnologia foram os pontos fortes do Salão do Empreendedor que, novamente, trouxe para a Expointer o conceito do Campo à Mesa. Durante os nove dias da feira, visitantes do campo e da cidade receberam atendimento e foram estimulados a vivenciar experiências que reforçam o aprendizado e promovem a aproximação do consumidor final ao processo de cadeia produtiva. A Expointer ocorreu de 25 de agosto a 2 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
“A qualidade de um produto que chega à nossa mesa é de responsabilidade de toda a cadeia produtiva, por isso, mais uma vez, Farsul, Senar- RS e Sebrae RS, através do Programa Juntos para Competir, uniram forças com Fecomércio/Senac-RS, Fiergs/Senai e Embrapa, trazendo para a Expointer a importância da sinergia entre as cadeias produtivas desde o plantio, no campo; a transformação, na indústria; até a entrega diferenciada ao consumidor final, no comércio e serviços”, destaca o presidente do Sistema Farsul e do Conselho Deliberativo do Sebrae RS, Gedeão Pereira.
Localizado no Pavilhão Internacional, o Salão do Empreendedor teve programação orientada a partir de três segmentos selecionados pelo seu potencial de desenvolvimento no Rio Grande do Sul: soja, carne e vinho. “Em todos os nossos espaços mais de 8 mil pessoas foram atendidas e receberam informações, podendo participar de atividades práticas e interativas que reforçaram a importância e a qualidade dos produtos gaúchos”, acrescenta Gedeão. No espaço do vinho, por exemplo, os visitantes tiveram a opção de participar de duas oficinas práticas, uma sobre aromas e outra de degustação de vinhos, todos gaúchos e produzidos em pequenas propriedades apoiadas pelo Juntos para Competir.
Neste ambiente dedicado ao vinho, 32 rótulos de vinhos produzidos no Estado também ficaram expostos, além de informações que fazem do Rio Grande do Sul referência nacional na produção da bebida, com crescimento nas regiões da Campanha e Serra do Sudeste, além da tradicional Serra gaúcha. O Salão do Empreendedor destacou o setor do vinho para estimular o consumo no Brasil, estagnado em cerca de dois litros per capita/ano. Para se ter uma ideia, Portugal, que líder mundial no consumo, atinge 54 litros por habitante, segundo o Ibravin.
A carne gaúcha é premium
Mais uma vez a tradicional Vitrine da Carne Gaúcha foi destaque na Expointer, iniciativa da Farsul. Com o objetivo de valorizar a qualidade da carne produzida no Rio Grande do Sul, o espaço apresentou ao público técnicas empregadas para o melhor aproveitamento do produto, como métodos de desossa de carcaças de ovinos, suínos e bovinos, e sugestões de preparo. As dinâmicas realizadas durante o evento reuniram 1.759 participantes.
O espaço da carne gaúcha foi planejado de forma didática e voltada aos distintos perfis de visitantes, com cuidado especial para aproximar cada vez mais o público urbano dos bastidores da atividade pecuária. Painéis ilustrativos com textos e imagens contaram um pouco da história da criação de gado nos campos gaúchos, além de técnicas aplicadas para garantir a saúde dos rebanhos, as melhorias que são utilizadas para selecionar os animais, as tecnologias para organizar os suprimentos nas fazendas e outros dados que fazem da carne produzida no Rio Grande do Sul diferenciada pelo seu sabor e macies.
Conceito do Campo a Mesa
Segundo o santanense Roberto Grecellé , médico veterinário e coordenador de pecuária de Corte do SEBRAE, este novo conceito busca levar mais informações aos consumidores desde a origem da carne, ao tipo de pastagem, a cidade e propriedade onde ela foi produzida, além de mostrar de qual parte do animal procede o corte. Para isso foi criado o mapa do boi que ficou exposto durante os novo dias de feira. “O que nós queremos é responder as perguntas dos consumidores sobre a carne bovina. E para isso nós idealizamos um mapa de corte do boi com a informação de todos os cortes. O nosso principal esforço é conectar as pessoas da cidade com o campo. Porque a gente entende que tendo um produto diferenciado com qualidade superior e genuinamente gaúcho este produto deixa de ser apenas carne, e passa a ser algo mais. Nós ainda elaboração painéis com informações explicando porque que a nossa pecuária é diferenciada e além disso nós preparamos um espaço sobre carne que nós chamamos de açougue do futuro. Onde o consumidores tem todas as informações da carne que ele está comprando, desde a propriedade ao tipo de pasto onde aquele animal foi produzido. Com isso nós queremos que este conceito seja replicado nos supermercados e casas especializadas em carnes para que as pessoas possam entender como essa carne foi produzida” destaca Roberto Grecellé.
Fotos e Texto: Matias Moura