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Produtores rurais investem em novas técnicas para controle do Javali

Na estância Lageado, os proprietários estão investindo em técnicas como cerca elétrica e jaulas para a contenção dos predadores (Foto: Matias Moura)

Para minimizar perdas e manter a produtividade, muitos produtores estão optando por técnicas simples como a utilização de gaiolas e cercas elétricas

O negócio é se adaptar a está nova realidade: A presença do Javali nos campos da fronteira. Nesta semana a convite da equipe Javali no Pampa, a reportagem do Jornal A Plateia acompanhou o biólogo Thiago dos Reis a uma visita a Estância na região do Ibirapuitã para conhecer algumas técnicas de controle do Javali que foram implantas na propriedade.
A Estância do Lajeado localizada há cerca de 25km do município registrou as primeiras aparições dos Javalis no ano de 2013, e de lá para cá os proprietários tem realizado algumas ações que ao longo dos anos tiveram bons resultados.
Servido como uma espécie de laboratório experimental para a Equipe Javali no Pampa, a área conta hoje com armadilhas de gaiolas que são colocadas em pontos estratégicos onde fica evidenciada presença desses animais. “Nós realizamos o acompanhamento nesta propriedade há aproximadamente 4 anos, como ela está localizada dentro da APA do Ibirapuitã nós atuamos junto com o ICMBIO além de outros órgãos como a EMBRAPA de Santa Catarina. Hoje nossa preocupação é com a parição dos cordeiros onde nós sugerimos ao proprietário a implementação do Choque (cerca elétrica) que impede os Javalis de chegar até as ovelhas. É importante que o produtor identifique onde estão acontecendo os ataques e remova o seu rebanho do local utilizando o método de cerceamento elétrico que por sua vez expõe mais o Javali e facilita até mesmo o seu abate” destaca o biólogo.

Bons resultados

Para manter um controle melhor e diminuir o impacto da ação do predador Thiago indica uma combinação entre as técnicas aplicadas e o manejo adequado dentro da propriedade. “ Antes do aparecimento dos javalis nesta propriedade a taxa de parição de cordeiros era de 86% , dois anos caiu para 43% com a ação do predador. Depois que nós começamos a utilizar as gaiolas e de realizar alguns abates em busca ativa nós conseguimos subir o número para 61%. Já no segundo ano de trabalho. E agora estamos alcançando a média de 86% de nascimentos novamente. No caso do produtor ter um rebanho de 200 a 300 ovelhas dá para utilizar tranquilamente a técnica do choque que ela vai funcionar muito bem” afirma.

Método eficaz

O produtor rural Carlos Otávio Borba, destaca a importância do trabalho em conjunto a com a Equipe Javali no pampa que presta assessoria técnica na propriedade possibilitando a redução dos danos ao rebanho “Fizemos um potreiro de 54 hectares para parição dos cordeiros e até o presente momento não encontramos nenhum cordeiro abatido pelos javalis e nenhum a presença deles dentro da área cercada. Além disso nós fizemos uma linha com quatro jaulas que são revisadas diariamente e quando algum animal escapa da linha das jaulas ele é abatido. Os javalis estão bem instalados e aptados em nossa região, então o produtor vai ter que se adaptar também” disse Otávio.
Segundo ele é preciso ficar atento aos primeiros sinais da presença do javali para que se possa agir rápido e evitar maiores perdas. “Aqui foi lá por 2013 que a gente começou a perceber. E este é um grande problema, o produtor se dar conta que ele está sendo predado pelo porco. Porque a gente não encontra quase nada no início, e com o tempo se percebe o dano” disse.

Somente a busca ativa não é suficiente

Na opinião do produtor somente a busca ativa noturna não é suficiente para amenizar o problema. E sim uma combinação de técnicas. “Hoje aqui nós temos 4 jaulas que são recorridas diariamente. Elas funcionam como uma armadilha onde nós já pegamos até 14 javalis em uma única vez. Mas também já pegamos 7 ou 8 no mesmo dia” disse. Na propriedade também já foram capturados e abatidos animais de mais de 200kg.

Sobre o consumo da carne 

Depois de capturados os animais são abatidos na propriedade com armamento legalizado. Sobre o consumo o biólogo destaca. “Como ele é uma animal de habito onívoro que se alimenta de carniça entre outras coisas ele pode contrair várias doenças e transmitir inclusive para o ser humano. Então vai de cada pessoa correr o risco de consumir ou não”.
Segundo o biólogo Thiago dos Reis a atuação da equipe acontece de forma voluntária junto aos produtores num esforço da diminuir a os danos causados pelos Javali na região do pampa aplicando técnicas utilizadas em outros países como Estados Unidos que lida com a problemática há mais de 40 anos.
A equipe Javali no Pampa composta por La Hire Mendina Filho, médico veterinário, Marcelo Osório Wallau professor da Universidade da Florida, nos Estados Unidos. Nilson Rodrigues Molinos, administrador e Thiago Xavier dos Reis biólogo. Para maiores informações ligue (55) 9 9713-1009 ou acesse o site www.javalinopampa.info

Produtor rural Carlos Borba, demonstra juntamente com o biológo Thiago dos Reis a eficácia da utilização de jaulas na captura dos javalís (Foto: Matias Moura)

Na estância Lageado, os proprietários estão investindo em técnicas como cerca elétrica e jaulas para a contenção dos predadores (Foto: Matias Moura)
Foto mostra 14 javalís capturados em um único dia, utilizandoa tácnica das jaulas.
(Foto: Matias Moura)

Por: Matias Moura – [email protected]

Instituto Unimed | RS em reconstrução

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