Informação foi divulgada nessa semana, quando foi apresentada ao Conselho Gestor uma comparação dos anos 2015, 2016 e 2017
A Santa Casa de Misericórdia de Sant’Ana do Livramento conseguiu reduzir o seu déficit para R$3,1 milhões, segundo apontou o diretor administrativo da instituição, nessa semana. Wainer Machado esclareceu que em 2015, segundo os relatórios, apontavam que havia um déficit de R$4,3 milhões, já em 2016 a dívida subiu para R$4,9 milhões. “Avalio como positivo essa diminuição no nosso déficit, isso foi possível porque fizemos ajustes internos. Inclusive de contas que estavam pendentes e não negociadas”, apontou Wainer.
O relatório, segundo o diretor, foi apresentado nesta semana ao Conselho Gestor da Santa Casa de Misericórdia. “Eles avaliaram de forma positiva, pois isso viabiliza muitas coisas para o Hospital. Esse é o caminho para ampliarmos a captação de recursos e ampliação de projetos para a nossa instituição”, destacou ele.
Pautas importantes
Além disso, Wainer contou que os documentos elaborados pelo Administrativo da Santa Casa servirão para, junto com o Conselho Gestor, avançar em pautas importantes para o rumo do Hospital como, por exemplo, a redução da despesa e ampliação de receita que – segundo ele – é a principal saída para a boa condução da instituição.
A informação do diretor administrativo vem na semana em que o vereador Antonio Zenoir (PSD) intensificou as suas críticas em ralação a condição que vem sendo feita para com a Santa Casa. Há algumas semanas, o parlamentar conduz os seus discursos na tribuna da Câmara de Vereadores fazendo um comparativo com o relatório realizado pela
Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec), em 2015. A Fundatec foi contratada para elaborar o documento dias depois da intervenção feita pelo prefeito Glauber Lima (PT). Após a apresentação do diagnóstico, o relatório não foi colocado em prática e questões apontadas não foram levadas em consideração, até o fim da gestão do prefeito Glauber – informação também levantada pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Santa Casa, vereador Marco Monteiro (REDE).
Crise já é conhecida
O vereador Zenoir destacou a necessidade de se ter consciência que há muitos anos a Santa Casa está passando por crises. “Já vimos o hospital fechar a gente não quer isso”, disse. Ele destacou ainda que para a elaboração do relatório da Fundatec foram R$68 mil. “Percebe-se que esse relatório é de 2015 e nós já estamos em 2018. Algumas providências deveriam ser tomadas. Os próprios médicos estão com atrasos lá de 2016 e de 2017”, cobrou.
“Não estou culpando ninguém, mas vejo com objetividade. Precisaríamos atender todos os requisitos que o relatório da Fundatec apontou, que o Ministério Público tomasse as devidas providências pelo que foi levantado através da CPI feita na Câmara. Isso urge e a Saúde não espera, a cada minuto se perde uma vida. Isso não deixa de me indignar a cada momento”, completou.
Expectativa de bons resultados
Zenoir destacou que o que tem se apresentado como resultado ainda é pouco. “Digo isso porque é pouco como a resposta que tem que acontecer na Santa Casa. Quem tem que entrar no Hospital é um especialista que possa resolver os problemas. O Governo do Estado é outro que prejudica, mas não podemos ficar esperando o agrado do Sartori para a Santa Casa”, afirmou.
O trabalho está sendo feito
Para o Diretor Administrativo da Santa Casa, antes da intervenção feita em 2015, o Hospital já tinha um programa de qualidade e suas metas, contudo, com a redução nos repasses feitos pelo Estado, não foi possível sustentar as metas. “O relatório da Fundatec é o ideal para um Hospital em condições normais, o que não é o caso da nossa Santa Casa” explicou Wainer.
Medidas Aplicadas
Mesmo assim, o diretor do hospital destaca algumas medidas já estão sendo tomadas. “Nós implantamos o sistema de acompanhamento do paciente, onde nós podemos acompanhar o que foi prescrito pelo médico na Unidade de Tratamento Intensivo. Essa informação já cai na farmácia do Hospital, possibilitando a agilidade”, contou.
Segundo Wainer, outro ponto do relatório da Fundatec é o quadro de pessoal. Em 2015, existia mais 400 funcionários. “Quando eu cheguei, no ano passado, tinham 359 e hoje estamos com 335 funcionários”, disse. E continuou. “Além disso tem muitas outras coisas internas que estamos atuando, como a gestão de leitos; o número de consulta de traumatologia, endocrinologia e cirurgia geral, que hoje só são feitas quando o Sus paga”, enfatizou Wainer.
Ajuda da população é muito importante
Dentro da apresentação das contas da Santa Casa de Misericórdia, o diretor Wainer Machado aproveitou para mencionar o Troco Amigo, o troco solidário, e o Hospital + Saúde, que são programas onde a população santanense colabora com a instituição através das empresas. “Além disso, gostaria de agradecer ao cultural santanense pela caminhada solidária e pela apresentação musical, onde eles reverteram recursos para a Santa Casa”, disse.
Wainer aproveitou para dizer que, quando se fala em uma instituição do tamanho da Santa casa, as coisas se tornam grandes. “Por exemplo, as refeições: no nosso Hospital faz 500 unidades por dia. Isso demanda pessoas para a cozinha, distribuição, limpeza e higienização”, disse. E complementou. “Quando entra um recurso na instituição, rapidamente ele desaparece. A Santa Casa precisa de ajuda e nós precisamos contar com a colaboração de toda a comunidade”, finalizou Wainer.
Por: [email protected]