Na manhã desta segunda-feira (16) a funcionária pública, concursada há 25 anos na Prefeitura de Livramento procurou a reportagem do Jornal A Plateia para fazer uma denúncia grave. Segundo Sueli Torres da Silva, 53 anos de idade, ela foi colocada em “disponibilidade” pela Secretaria de Cultura e ficará sem exercer nenhuma função laboral, contudo, continuará a receber seus vencimentos como servidora pública, sem trabalhar. Segundo a funcionária esta é uma manobra para que a Prefeitura contrate CCs, segundo o Decreto de Calamidade publicado na semana anterior.
A Denúncia:
Sueli disse em entrevista que sua secretaria de origem é a Pasta da Educação, mas que há muitos anos, quando foi criada a Secretaria de Cultura ela foi lotada para esta nova secretaria e ficou trabalhando na Biblioteca Pública Municipal, na Rua Sete de Setembro. Na última sexta-feira (dia 13) quando deixava o trabalho no final do expediente recebeu um documento dando conta que seu trabalho na Biblioteca não era mais necessário e que ela deveria se apresentar na segunda-feira (16) hoje, na Secretaria de Educação, juntamente com outras duas colegas.
Sueli e mais duas colegas que estavam trabalhando na Biblioteca Municipal e são “originalmente” concursadas pela Secretaria de Educação procuraram a secretária Maria Regina nesta manhã (16), mas, segundo Sueli, ouviram da secretária que elas não eram necessárias lá, porque toda a secretaria estava preenchida (já havia pessoal suficiente) e não havia um serviço que elas pudessem ocupar. Sueli contou que foi acompanhada da secretária Maria Regina e das duas outras colegas até à Prefeitura para uma reunião com o secretário de Administração, Fernando Linhares e que a situação foi exposta. Sueli ouviu ao final da reunião que não poderia voltar para a Biblioteca (pois segundo documento encaminhado pelo secretário de Cultura elas deveriam voltar para a Educação) e como na secretaria de educação não há trabalho ou tarefas “sobrando” que elas possam desempenhar, ela e as duas outras colegas ficariam em DISPONIBILIDADE e que poderiam ir para casa, mas que teriam seus salários pagos no final do mês e o “ponto” seria assinado.
Sueli acredita que esta é uma manobra para que a Biblioteca Municipal fique sem funcionários, e que a prefeitura contrate pessoas em caráter de urgência. “Sou concursada, trabalho há 25 no serviço público e é uma vergonha o que estão fazendo, não admito isso, quero ganhar meu dinheiro, mas quero trabalhar e não posso admitir isso, me mandaram para casa e disseram que meu ponto seria assinado, mesmo que eu não trabalhasse, tudo isso para contratar pessoas deles, para as eleições. Já contrataram uma bibliotecária de Dom Pedrito e colocaram a gente em disponibilidade”, desabafou.
Sueli disse que terminada a reunião na Prefeitura ficou chocada e que a primeira coisa que pensou foi em procurar o Jornal e expor esta situação: “estão tirando os funcionários antigos para contratar gente nova, pessoal deles, e a gente tem que ficar calado, mas eu não, isso é absurdo”, falou.
A Redação fez contato com o Secretário de Administração, Fernando Linhares que confirmou que as funcionárias estão em “disponibilidade”, mas afirmou que não poderia revelar o teor do Memorando da Secretaria de Cultura que apontaria os motivos para o afastamento das servidoras da Biblioteca Pública. Fernando disse que fez apenas os trâmites administrativos e que as servidoras devem procurar suas lotações originárias.
A Redação também tentou contato com o Secretário de Cultura, Luiz Arrieta, mas ele não atendeu o celular e não estava na Secretaria. Segundo telefonista da Pasta, ele estaria em uma reunião no Planejamento.