sáb, 7 de setembro de 2024

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Presença feminina no seguimento do Cavalo Crioulo

 

 Christina Freitas atua na raça crioula há mais de 20 anos

Tradição que vem de família. De geração em geração, Christina Freitas conheceu o amor pelo cavalo crioulo ainda criança. Foi com seu avô e depois com seu pai que a pequena desenvolveu a ligação com a raça. “Não tive outra opção, foi tudo muito automático e natural me envolver com esse meio”, comenta ela.

O sonho de cursar a faculdade de veterinária foi concluído em 1999, quando terminou o curso e logo depois começou a fazer mestrado e trabalhar na Estância de seu pai, em Alegrete (RS). Foi durante o mestrado que surgiu a oportunidade de concorrer para técnica da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). A partir de 2001, Christina se envolveu com os trabalhos da entidade e foi trilhando o seu nome na raça.

Hoje já são mais de 20 anos de experiência acumulada em julgamentos. Foram três Freios de Ouro (o primeiro julgado em 2007), Freio de Ouro da FICCC, a tradicional Exposição Prado em Montevidéu, a Outonal de Esteio, e várias Exposições Morfológicas Passaporte.

“A coisa mais importante quando você está julgando é ter a cabeça em dia com os julgamentos. Você está ali representando uma entidade e sendo responsável pelo fomento da raça crioula em uma região. Por exemplo, enquanto jurada sou eu quem indico um potro para seguir a vida morfológica ou não. Sou eu quem mostro a tendência da raça, fazendo parte da criação de cavalos, que é um empreendimento a médio prazo”, explica.

Fazer tudo com amor e naturalidade é algo muito fácil para Christina Freitas. Ela assume que o fato de ser mulher, no começo, era o único desafio que ela tinha. Não porque isso influenciava nos seus trabalhos na ABCCC, mas porque o meio é muito masculino, então seu principal obstáculo era passar despercebido o fato de ser mulher, para que realmente o que surgisse à tona fosse seu profissionalismo.

“No começo me diziam ‘tu é mulher, não vai conseguir viajar e encarar a estrada’. Para mim, nunca foi difícil, porque eu gostava de fazer aquilo. Eu chegava nos lugares e percebia a cara de alguns homens e até mesmo mulheres desaprovando a minha presença. Mas, quando eles percebiam que eu estava ali sendo profissional, tudo mudava. O principal quando nós mulheres estamos em um meio masculino é a sua postura”, explica.

Quando tudo flui naturalmente, o resultado é sempre positivo. Sempre foi assim para Christina Freitas, que conseguiu conciliar o amor de ser mãe com a paixão pela raça crioula. Ela era superintendente de registro quando ganhou seu primeiro filho. Decidiu então diminuir um pouco a quantidade de trabalho, ficando apenas como técnica da ABCCC. Depois de sete anos (idade do seu primeiro filho), ela volta com mais trabalho e mais garra.

“Eu nunca parei 100% os trabalhos com o cavalo crioulo. Agora meus filhos já estão bem crescidos e eu continuo com os meus julgamentos, fazendo o que eu gosto de fazer”, afirma.

A última Exposição Morfológica Passaporte julgada por Christina Freitas foi em Lagoa Vermelha (RS), município conhecido como a “Terra da Amizade” e a “Capital do Churrasco”, entre os dias 23 e 24 de junho. Depois de nove anos trabalhando na região, a jurada classificou mais oito exemplares que garantiram o carimbo para participar da Morfologia da Expointer, em Esteio (RS), no final do mês de agosto.

“Foi muito bom voltar para Lagoa Vermelha, depois de tanto tempo. A cidade não é tradicional na criação de cavalos crioulos, então ver depois de anos que seu trabalho teve seguimento é muito legal. Nós tivemos vários exemplares da região que ficaram bem colocados”, comenta a jurada.

Instituto Unimed | RS em reconstrução

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