O vereador voltou a fazer críticas à possibilidade de mais uma terceirização na Educação e disse que a oposição fará vista grossa
A comissão de educação protocolou, nessa semana, um pedido para discutir a possível terceirização da merenda escolar em Sant’Ana do Livramento. A informação foi divulgada pelo vereador Aquiles Pires (PT), depois do prefeito Ico Charopen (PDT) não confirmar que deixaria de lado o projeto de contratar terceiros para gerir a merenda das crianças da rede pública.
Para o parlamentar, o valor estimado de gastos com a merenda é um número elevado. “São valores que nós estamos desperdiçando. E aí eu me pergunto qual é a finalidade da Secretaria de Educação, se vão terceirizar todo o serviço? Se seguirmos nesse viés, de ficar terceirizando, perde a finalidade de ter uma Prefeitura”, disse ele.
De acordo com Aquiles, o crédito especial no valor de R$50 mil que entrou na Câmara de Vereadores seria usado para uma empresa interessada na terceirização da merenda escolar, para que desse início ao processo. “Iam seguir no mesmo caminho, estruturando uma entidade que estava preparada para começar a trabalhar na merenda escolar”, comentou.
Além disso, o parlamentar aproveitou para fazer críticas à Administração. “Temos 17 escolas infantis, em torno de 10 escolas de ensino fundamental no Município, qual é a dificuldade da Secretaria, com a estrutura que tem, tocar a administração, questiono os motivos de se terceirizar. O Governo não tem o que me convencer para terceirizar. Não tem economicidade, não tem transparência e, a princípio, não tem legalidade”, afirmou.
Polêmica
Quando questionado da possibilidade de aprovar a terceirização da merenda escolar, o parlamentar lembrou do projeto de contratação da Oscip. Segundo ele, durante aquele processo o Governo trocou votos por cargos. “A questão dos votos do Governo na Câmara é uma coisa relativa, pois não se sabe os interesses que tem por trás. Aquela terceirização da Oscip passou porque foi trocado cargos por votos. Infelizmente esse foi o fato. Eu acho que hoje não passaria uma terceirização, até porque repercutiu muito mal para os vereadores”, lembrou.
Apesar de Aquiles não ter citado nenhum nome durante a entrevista, o tema causou discussão na Câmara. Durante a sessão, alguns parlamentares se sentiram ofendidos pela fala do parlamentar. Entre eles o vereador Romário Paz (MDB), que discursou na tribuna e cobrou que o vereador provasse a sua afirmação.
A fala de Aquiles durante a entrevista foi ao encontro do que havia afirmado o prefeito Ico Charopen, em março. Naquela época o mandatário disse que a indicação dos secretários adjuntos pelos vereadores fazia parte de “um novo modelo de gestão” que se fazia necessário no Executivo. Segundo Ico, o novo modelo contaria com a participação da maioria dos vereadores da Câmara. “Ninguém governa sem o apoio do Parlamento”, disse Ico Jornal A Plateia.
Ainda durante a sessão, o vereador Itacir Soares (PT) defendeu o companheiro de bancada. “ No outro dia após a votação da Oscip estavam todos os novos secretários adjuntos empossados. Não quero dizer que foram comprados, mas que houve negociação, houve”, disse.
Aquiles acredita que, se o projeto de terceirização voltar à Câmara, não passará. “Tem vereadores que acreditam que a terceirização não fez bem para a Educação do Município, que hoje é refém de uma administração inoperante e inconsequente”, finalizou.
Por: Rodrigo Evaldt – [email protected]